A musicoterapia é uma profissão da área da saúde que se utiliza da diversidade das experiências musicais, com intuito de promover a saúde e o desenvolvimento de habilidades próprias do ser humano.
Considera-se prioritariamente quatro tipos específicos de experiências musicais. A improvisação, habilidade de interpretar e produzir, simultaneamente, através de parâmetros musicais; re-criação, desenvolvimento de nova idéia musical a partir de uma existente; composição, ato de criar música com idéias novas; audição, perceber e identificar elementos da música.
Tais experiências são necessárias para o desenvolvimento do processo musicoterapêutico. Assim, sua aplicação será sempre variável, dependendo também da condição em que contexto será aplicada, envolvimento, interesse e a forma como a criança experiencia a música.
O processo musicoterapêutico, com viés improvisacional, acontece de forma criativa, utilizando-se da música improvisada, criada momento a momento pelas crianças e fazendo junto, seja tocando, cantando ou dançando, fazer música encoraja a comunicação, a ação, a relação e a expressão.
A percepção da música é obtida a partir de cada onda sonora presente no ambiente, e está contido não só nas músicas prontas, mas através dos fragmentos de seus elementos encontrados no dia a dia, como altura (sons agudos, médios e graves), timbres (variados tipos de som), ritmos (pulsações), duração (notas longas, médias e curtas), intensidade (forte, média e fraca), harmonia (combinação de sons simultâneos), melodia (sucessão de sons e silêncios em ritmo distinto).
É necessário, portanto, que a criança tenha afinidade com as músicas e seus elementos utilizados no processo musicoterapêutico, e que sejam parte do seu fazer musical. Esta afinidade, que independe de conhecimento musical, inicia-se no período uterino, e as vivências sonoras são obtidas principalmente através das vibrações, constituindo a identidade sonora de cada criança.
Dessa forma, o musicoterapeuta deve ter sensibilidade para apresentar motivo musical, identificando o significado do mesmo para criança, bem como escutar e traduzir o que é apresentado.
A musicoterapia é indicada ao público infantil em geral, podendo ser aplicada junto a mãe no período gestacional, bem como por intervenção precoce. Pode se beneficiar, crianças que apresentem transtorno do neurodesenvolvimento ou transtorno global do desenvolvimento, transtorno do espectro autista (TEA), sindrome de down, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), deficiência intelectual, transtorno de comunicação, transtorno específico da aprendizagem, transtornos motores e outros transtornos do neurodesenvolvimento.
As dificuldades apresentadas podem impactar na vida cotidiana da criança, impedindo-a de interagir com o meio social, escolar e familiar. Dentre os inúmeros benefícios da musicoterapia com o público infantil temos: diminuição de crises comportamentais, diminuição de resistência ao tratamento, melhoras nos relacionamentos interpessoais, aquisição de liberdade expressiva, aquisição de melhora vocal, melhora na comunicação, aquisição de confiança verbal e vocal, aquisição de formas de ordem rítmica, melhora na produção da fala, mutualidade, experiência musical, habilidades musicais, desenvolvimento do self.