A alimentação de uma criança deve vir naturalmente. Ela, como outras habilidades sensório-motoras, amadurece nos primeiros anos de vida. Tem um processamento sensório-motor altamente complexo com estágios do desenvolvimento baseados no amadurecimento neurológico e aprendizado por experimentação.
Uma das questões que tem angustiado bastante as famílias e pode estar associada à alterações da motricidade orofacial é a seletividade alimentar. Normalmente, desenvolve-se na infância, caracterizada quando a criança consome uma variedade limitada de alimentos, rejeitando todas as outras opções fora do seu padrão. Quando presente, traz prejuízos não só para a criança, mas para a família inteira, podendo afetar o desenvolvimento social, emocional e/ou físico.
Geralmente, a seletividade alimentar vem associada a outras questões que podem dificultar tanto a introdução da primeira alimentação complementar, como a aceitação da mudança da textura dos alimentos, como os problemas sensoriais que estão relacionados à hiper ou hiposensibilidade oral, tátil, visual, olfativa e proprioceptiva. As crianças que apresentam essa disfunção não conseguem processar de forma efetiva e integrada as informações sensoriais do ambiente.
Dentre as principais características estão: dificuldade em comer certos alimentos com base na textura ou aroma. Os “alimentos seguros de se comer” podem ser limitados a certos tipos de comida ou até mesmo a marcas específicas de alimentos. Em alguns casos, os indivíduos afetados chegam até a excluir grupos inteiros de alimentos, como frutas ou vegetais. Algumas vezes, podem recusar os alimentos pela cor. Ou ainda podem preferir somente alimentos bem quentes ou bem gelados, bem crocantes ou bem macios, ou ainda alimentos sem nenhum molho. Nestes indivíduos, a evitação ou a restrição alimentar é baseada em características de qualidade do alimento, como sensibilidade extrema a aparência, cor, odor, textura, temperatura ou paladar.
Na suspeita do problema, é importante buscar um profissional especializado em Transtornos Alimentares infantil para ajudar as famílias a lidarem com a situação da seletividade alimentar do filho. Nos casos de Transtornos Alimentares pode haver necessidade de mais de um profissional para diagnosticar e tratar a criança, além do Fonoaudiólogo, como o Terapeuta Ocupacional, o Gastropediatra, a Nutricionista, além do suporte para os pais com terapeuta especializado, podem ser indicados.