A integração sensorial é o processo neurológico que organiza as sensações do próprio corpo e do meio ambiente, tornando possível que o corpo utilize o ambiente de forma eficaz, ou falando de uma forma mais sucinta: É a organização de sensação pelo cérebro para o uso na vida cotidiana. Habilidade do cérebro de processar e organizar as informações dos sentidos recebidas e preparar uma resposta adequada a esse estimulo.

É um processo neurobiológico que promove a capacidade de processar, organizar, interpretar sensações e responder de maneira apropriada ao ambiente. Através da integração sensorial os sentidos fornecem informações acerca de condições físicas do corpo e do ambiente então dá a possibilidade da criança e do adolescente de experimentar o corpo nas ações do dia-a-dia.

Temos três sistemas sensoriais que são centrais na teoria de integração sensorial: O tátil, o vestibular e o proprioceptivo. As suas inter-relações começam a se formar mesmo antes do nascimento e continuam a se desenvolver à medida que a pessoa amadurece e interage com o seu ambiente, embora esses três sistemas sejam menos familiares do que os da visão, audição e paladar, é importante se ressaltar que eles tem uma importância muito grande para a nossa sobrevivência básica e desenvolvem um papel fundamental no comportamento humano tanto físico como mental.

Essa teoria foi criada e desenvolvida pela terapeuta ocupacional norte americana Dra. Anna Jean Ayres que iniciou seus estudos na década de 50, ela pesquisou um novo paradigma para o tratamento de um numero grande de problemas neurológicos e de aprendizagem em crianças e adolescentes que até então não tinham solução e nem eram compreendidos, as Disfunções de Integração Sensorial (DIS) que são uma imaturidade na habilidade do processamento e organização das informações que o cérebro recebe do ambiente de forma deficitária. É também uma desordem na qual a informação sensorial não é processada, integrada ou organizada adequadamente no cérebro. Isso pode produzir vários graus de problemas no desenvolvimento, no processamento da informação, no comportamento e na aprendizagem tanto motora quanto cognitiva.

A práxis, a capacidade de idealizar, planejar e executar as ações também podem estar comprometidas. Sabemos que o desenvolvimento das práxis é um dos objetivos da integração sensorial, que promove e fornece a capacidade pratica de realizar as atividades da vida diária como: A alimentação, vestuário, higiene pessoal, brincar, atividades escolares e participação escolar, quero dizer, do desempenho ocupacional necessário para nossa vida de relação com o outro e meio em que está inserido.

O terapeuta ocupacional devidamente qualificado, com formação em integração sensorial de Ayres certificada, deve basear-se em avaliações padronizadas para aplicar a integração sensorial com crianças e adolescentes, tendo como princípio a medida de fidelidade que orienta a pratica da terapia ocupacional e no desenvolvimento de pesquisas.  A avaliação e o tratamento de integração sensorial definem os objetivos gerais do terapeuta ocupacional que são: Promover experiências sensoriais, auxiliar a criança e o adolescente na inibição e/ou modulação da informação sensorial, organizar a criança e o adolescente no processamento de resposta mais adequadas aos estímulos sensoriais e promover oportunidades para o desenvolvimento de respostas adaptativas cada vez mais complexas e especializadas.

A Terapia Ocupacional, então, trabalha com as disfunções sensoriais em quaisquer níveis de transtornos que venham desmodular sua recepção sensorial do seu entorno, dificultar a discriminação perceptiva, e organização motora para efetivar o desempenho ocupacional em casa, na rua, na escola e na vida social. Uma oferta na medida certa para cada dificuldade constatada em protocolo específico viabiliza a aprendizagem neuropsicomotora necessária a conquista e aplicação de habilidades ocupacionais.

Para alcançar as fundamentações sensoriais, a terapia ocupacional utiliza o interesse e a motivação da criança e do adolescente, onde desenvolve a intervenção num contexto de brincadeiras que envolve cuidadosamente experiências sensoriais tais como: toque, movimento, sensações musculares/articulares e projeção vestibular contra a gravidade que são planejadas individualmente para cada criança e adolescente, com desafios “na medida certa” com encorajamento, empatia, que conduzam a organização da criança.