A Musicoterapia amplia seu olhar no que diz respeito a inúmeras possibilidades de tratamento. Assim, essas possibilidades se desdobram em modelos, onde cada um traz consigo um aporte teórico bem fundamentado.
Uma das formas de alcançar a criança, é através de uma das experiências musicais utilizadas em musicoterapia, chamada Improvisação Musical. Pois, improvisar é a arte de criar espontaneamente e em tempo real. Então, por meio da improvisação, cria-se um ambiente de relação e conversa, de fluxo e fluidez.
Musicoterapia Improvisacional
Essa abordagem utiliza improvisação musical durante as intervenções, refere-se ao fazer musical livre, que requisita exploração e experimentação de sons.
A improvisação musical pode ser utilizada de maneira Livre ou Dirigida. Primeiramente ela será Livre quando a criança tiver liberdade para escolher padrões e estruturas musicais ao qual irá percorrer. Em segundo lugar, na Dirigida, o terapeuta deverá guiar, apresentando orientações e sugestões musicais para facilitar o processo de criação.
Ainda assim, existem inúmeras formas de se fazer música através da improvisação. Do mesmo modo, há também várias técnicas que são utilizadas como simples estratégias. Pois o intuito é provocar uma participação imediata da criança ou para dar forma a experiência.
Dessa forma, busca-se motivar o engajamento da criança nas experiências musicais, sendo ela utilizada por meio do fazer musical. Dessa forma, utilizando recursos que podem ser instrumentos musicais, quanto de sons diversos de objetos, do corpo e da voz.
É notável que a exploração das experiências musicais se dá num espaço onde o musicoterapeuta e a criança sintam-se seguros. Como também confiantes, para melhor interagir, criar e desenvolver potenciais. Desse modo, a improvisação musical motiva o manuseio de instrumentos musicais e a utilização da voz de forma lúdica.
Existem alguns modelos em musicoterapia que se utilizam da improvisação musical. Assim como a musicoterapia analítica (modelo Priesley), modelo dos perfis de quantificação na improvisação (modelo Bruscia), terapia de livre improvisação (modelo Alvin), musicoterapia criativa (modelo Nordoff and Robbins).
Musicoterapia Criativa
De tamanha relevância para a musicoterapia, também conhecida por criative music therapy, este modelo foi desenvolvido por Paul Nordoff e Clive Robbins, na década de 60. A importância desse nome se dá pela possibilidade em criar a partir da improvisação musical.
A base para a musicoterapia criativa é a música improvisada, criada momento a momento pelo terapeuta e a criança. Em uma sessão de musicoterapia, ambos fazem música juntos, seja tocando, cantando ou dançando. Fazer música encoraja a comunicação, a ação, a relação e a expressão
Esse modelo pontuou a importância a musicalidade, considerando-a inata e singular, onde toda criança possui musicalidade própria (music child). Nesta perspectiva, a música não é criada para criança, e sim pela criança; em essência, o terapeuta faz uma interpretação musical da mesma.
Em atendimento, a música é carregada de significados da criança, apanhada pelo terapeuta seja por movimentação ou qualquer gesto sonoro e musical. Assim, há intenção em dar expressão ao conteúdo subjetivo expresso.
A proposta deste modelo de intervenção, mostra que a musicoterapia criativa possibilita maior interação da criança e é mais facilmente compreendida por ela, já que qualquer criança apresenta a possibilidade de fazer música.
Falar sobre essa abordagem é excepcional, primeiro pela imensidão e completude do método e segundo pela inspiração de quem foi Nordoff e Robbins e o legado que eles deixaram para a musicoterapia.