Apraxia de Fala na Infância

A Apraxia de Fala na Infância (AFI) é um distúrbio motor da fala na infância de origem neurológica. Ainda mais, é resultante de um déficit na consistência e precisão dos movimentos necessários à fala. Na ausência de déficits neuromusculares (exemplo: tônus alterado, reflexos anormais).

O principal impedimento manifesta-se no planejamento e/ou programação de parâmetros espaço-temporais das sequências de movimentos. Assim, resultando em erros na produção dos sons da fala e prosódia.

A AFI pode indicar contextos clínicos diferentes: ser “pura” quando é especí­fica e não está associada a uma outra etiologia. Ou pode vir associada a outras condições, como o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), Síndromes genéticas (Síndrome de Down). Contudo o diagnóstico de AFI não é conclusivo antes dos 3 anos de idade. Mas os primeiros sinais podem surgir no primeiro ano de vida.

Dentre as principais características da Apraxia de Fala na Infância estão:
  • Desenvolvimento lento ou tardio da fala;
  • Discrepância considerável entre as habilidades de linguagem receptiva e expressiva;
  • Repertórios limitados de vogais e consoantes;
  • Dificuldade no planejamento e programação da sequência dos movimentos voluntários dos sons da fala;
  • Alterações prosódicas, fala acelerada ou monótona, instável, erros de acentuação, défi­cit na duração dos sons e pausas entre as sílabas;
  • Uso de formatos de sílabas simples;
  • Aumento dos erros com o aumento da complexidade fonética;
  • Inconsistência de erros;
  • Dificuldade de atingir e manter configurações articulatórias;
  • Dependendo do grau de severidade, a criança pode produzir o som, sílaba ou palavra-alvo em um contexto, mas é incapaz de produzir o mesmo alvo com precisão em um contexto diferente;
  • Mais di­ficuldade nas tarefas que precisam de controle voluntário, em comparação com as realizadas de forma automática;
  • Di­ficuldade nas tarefas de diadococinesia, ou seja, para alternar com precisão a repetição das mesmas sequencias, como pa/pa/pa ou de sequencias múltiplas, como pa/ta/ka;
  • Em algum momento, podem demonstrar “procura” ou “esforço” para realizar as posições articulatórias.
A importância do fonoaudiólogo

O diagnóstico é realizado pelo fonoaudiólogo com experiência em transtornos de fala e linguagem, indicado para avaliar, diagnosticar e determinar o plano de tratamento. Portanto, em algumas situações, o tratamento é realizado através de uma equipe multidisciplinar, com terapeutas ocupacionais, neuropediatras, psicopedagogos, psicólogos, etc.

O fonoaudiólogo avaliará a inteligibilidade de fala da criança, fazendo um estudo dos sons que a criança apresenta. Bem como os que ela ainda não consegue produzir. Assim como as situações em que certos sons aparecem e outras em que isto não acontece.

O trabalho é realizado seguindo princípios de aprendizagem motora – sons, sílabas, palavras e frases, sempre de maneira motivadora, divertida e agradável para a criança.

O uso de pistas sensoriais, formas de comunicação complementar e/ou alternativa podem ser usados, enquanto a criança automatiza a fala. No entanto, é preciso encontrar uma forma da criança se expressar enquanto a fala não se estabelece.

A participação da família no processo terapêutico é de grande importância. Pois um dos aspectos da intervenção é o aprendizado motor. Por isso, o treino em casa é fundamental para que haja a memorização motora e, consequentemente, a generalização da fala.

Os pais, familiares, amigos e professores devem buscar orientações para que haja adequado suporte às necessidades comunicativas da criança.

Se o seu filho apresenta alguns desses sinais, procure já um fonoaudiólogo! Na habiliTO você encontra o acompanhamento ideal para cuidar da Apraxia de Fala na Infância.